Martin Auer: A Estranha Guerra, Histórias para uma Cultura de Paz

   
 

O Escravo

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Traduzido por João Pereira e Daniela Suchanek

Revisado por Sara Bernal Rutter

O Sonhador
Medo
Outra Vez Medo
Os Dois Lutadores
Homem contra Homem
O Escravo
A Guerra Estranha
Congestionamento
Na sua própria porta
A Bomba
Foreword
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Um homem tinha um escravo. E o escravo tinha de fazer todo o trabalho para ele. Ele lavava-o, penteava-o, cortava-lhe a comida e levava-lhe a comida à boca. O escravo escrevia-lhe as suas cartas, limpava-lhe os sapatos, cosia-lhe as meias, cortava a madeira e aquecia-lhe a salamandra. Quando o homem via framboesas enquanto passeavam, o escravo tinha de as apanhar e de as pôr na sua boca. Para impedir que o escravo fugisse, ele mantinha-o sempre preso a uma corrente. Dia e noite ele tinha de o agarrar e de o arrastar com ele, ou o escravo fugiria. Na outra mão o homem tinha sempre um chicote, porque quando o escravo puxava e sacudia a corrente, ele tinha de lhe mandar chicotadas. Quando os braços do homem já estavam doridos de bater no escravo e este estava exausto, ele amaldiçoava o escravo e as correntes e tudo.

Ás vezes ele sonhava secretamente com os tempos em que ele ainda era novo e ainda não tinha um escravo. Nesses dias ele ainda podia andar livremente pela floresta e apanhar as framboesas sem estar sempre a puxar a corrente. Agora ele nem podia ir à casa de banho sozinho. Primeiro porque o escravo fugiria, e depois quem é que lhe ia limpar o rabo?  Ele mesmo não tinha nenhuma mão livre para fazer isso.

Uma vez, quando ele estava a amaldiçoar outra vez, alguém lhe disse: "Bem, se é tão terrível, porque não deixas o teu escravo ser livre?"

"Sim...", disse o homem, "...para ele me poder matar!" Mas secretamente o homem sonha com a liberdade.

E o escravo? Também sonha com a liberdade? Não, ele já desistiu de sonhar com a liberdade há muito tempo. Ele apenas sonha com ele mesmo a ser o patrão, a ter o homem na corrente, a bater-lhe com o chicote e a faze-lo limpar-lhe o rabo. É com isto que ele sonha!


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